
A Justiça Estadual decidiu manter a prisão preventiva do ex-prefeito de Bonfim, Joner Chagas, durante audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (28). Ele havia sido preso pela Polícia Federal no dia anterior, no âmbito de uma investigação que apura supostos desvios de recursos públicos e irregularidades em contratos firmados durante sua gestão.
De acordo com a decisão judicial, há indícios de que, em liberdade, Chagas poderia interferir nas investigações, ocultar provas ou pressionar pessoas envolvidas no caso. O juiz responsável destacou que a prisão preventiva é necessária para garantir o andamento das apurações e preservar a ordem pública.
O ex-prefeito foi detido em sua residência, no bairro Caçari, em Boa Vista. Após a prisão, passou por exame de corpo de delito e foi encaminhado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde permanece à disposição da Justiça.
Investigações em andamento
A investigação aponta possíveis fraudes em um contrato para manutenção de estradas vicinais no município de Bonfim, com valor estimado em mais de R$ 40 milhões. Segundo a Polícia Federal, parte das obras pagas não chegou a ser executada, e a empresa responsável não teria estrutura compatível para realizar o serviço.
Os investigadores também identificaram movimentações financeiras suspeitas, incluindo um saque em espécie de aproximadamente R$ 510 mil, realizado meses antes da prisão. A PF acredita que o valor pode estar ligado ao esquema de desvio de recursos públicos.
Há ainda suspeitas de que Chagas utilizava uma empresária como “testa de ferro” para formalizar contratos com a prefeitura, conferindo aparência de legalidade às operações. O relatório parcial da PF aponta indícios de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa e fraude em licitação.
Até o momento, a defesa do ex-prefeito não se manifestou detalhadamente sobre a manutenção da prisão, mas já havia informado que Joner pretende provar sua inocência e colaborar com o processo. O caso segue em sigilo judicial e deve avançar nos próximos dias com novas oitivas e análises de documentos apreendidos.







